Bonito e Pantanal MS – 13 dias

Em dezembro de 2008 fizemos a nossa segunda viagem no ano, resolvemos nos aventurar por Bonito e Pantanal no Mato Grosso do Sul, lá fizemos uma imersão na beleza natural destas regiões.

Desta vez fizemos o planejamento com antecedência, previsão de gastos com hospedagem, combustível, pedágios percurso e distância entre cidades.  Reservamos o Bonito Hi Hostel para passarmos 7 dias em Bonito e por meio do próprio hostel reservamos um pacote na fazenda Santa Clara para passarmos 3 dias no Pantanal.

1º dia

Saímos do Rio de Janeiro num sábado e paramos em Barueri para visitarmos uma amiga que estava grávida. Saímos de lá à tardinha, pois ainda era dia e queríamos adiantar o trajeto. Iríamos percorrer um longo caminho até Bonito. Não tínhamos planejado onde dormiríamos, porque na verdade não sabíamos a hora que sairíamos de Barueri. Já estava escurecendo quando paramos em Botucatu, e ainda na estrada com o auxílio do Guia 4 rodas começamos a procurar um lugar para passar a noite. Ficamos no hotel Excellence Plaza, era um custo salgado para uma pernoite, mas valeu o gasto. Deixamos as malas e saímos para comer alguma coisa. Acabamos parando numa lanchonete próxima que vende um hambúrguer maravilhoso, feito no local. Infelizmente não lembramos o nome do estabelecimento, mas fica quase em frente ao hotel.

2º dia

Já no domingo, pegamos a estrada Marechal Rondon, SP300, umas retas sem fim e cheia de Treminhões carregados de cana-de-açúcar. Fizemos uma parada em Birigui, a capital dos calçados infantis, para quem tem criança, os preços são bem atrativos. A estrada que divide os estados SP/MS possui uma passagem interessante por uma hidroelétrica, já do outro lado paramos em Três Lagoas para almoçar um sanduiche. Abasteça o carro ali, pois o próximo posto só a 250 km, distância segundo uma placa local. Seguimos pela BR262, com longas retas e sem infraestrutura na estrada. No entardecer chegamos à capital Campo Grande e não sabíamos o hotel que iríamos ficar. Pegamos novamente o guia, começamos a ligar para saber se havia vaga. Decidimos ficar no Buriti Suite, que fica em frente ao Extra supermercado, local onde compramos alguma coisa para comer a noite.

3º dia – Bonito

Campo Grande é uma cidade complicada de dirigir, para quem não conhece é fácil se perder por lá. Saímos pela BR163 e depois seguimos pela BR267, nessas estradas já observamos tucanos voando. Chegamos por volta das 12h, ainda sem almoçarmos. O bom deste albergue é que lá mesmo eles vendem os pacotes para os passeios em Bonito, ou seja, eles possuem uma agência de turismo dentro do próprio Hostel, o que nos dá a facilidade para agendar os passeios e a comodidade de pagar uma única conta junto com a estadia. Após o almoço, perguntamos se tinha alguma aventura que podíamos fazer naquele momento e acabamos no passeio de bote. O bote não era um dos mais radicais, mas para quem estava chegando e queria aproveitar ao máximo, foi bem legal. À noite, fomos conhecer o Projeto Jibóia. Esse projeto tem como objetivo ensinar às pessoas a importância desse animal para o ecossistema e evitar a matança desnecessária. No final de cada palestra, temos a oportunidade de tocar na jibóia e conhecê-la um pouco melhor: sua textura, seus hábitos. Fiquei com muito medo e eu, Fernanda, fui a primeira a levantar o dedo quando o Henrique, palestrante, nos perguntou quem não iria segurar na cobra. Se arrependimento matasse, fui a segunda a segurá-la e morri de medo, mas ela não é gelada nem molhada como pensamos. A primeira a segurar na jibóia foi uma menina indiana que pegou com a maior destreza e ainda ficou rindo da minha cara.

4º dia – Bonito

Tínhamos reservado no dia anterior de fazermos a flutuação no rio da prata. Acordamos bem cedinho e saímos junto com o guia para desbravarmos as belezas de Bonito. Mas antes visitamos o Buraco das araras, que é uma dolina onde esses lindos animais se instalaram. Na sua maioria são araras vermelhas, pouco se vê as azuis. É uma emoção indescritível ver esses animais soltos na natureza, sem a interferência do homem. Próximo passeio: flutuação no rio da prata. Colocamos aquela roupa de neoprene, máscara de mergulho, snorkel e começamos o primeiro passo, escutar as dicas do instrutor e flutuar: é proibido nadar ou por os pés no fundo do rio. Começamos a flutuação bem próxima a sua nascente, sua água é cristalina, o fundo do rio é limpo, lindo e às vezes dá um medo principalmente, quando um dourado vem em sua direção, mas quando vão chegando perto, logo desviam. A flutuação dura umas 3 horas. É um pouco cansativo, mas tem sua recompensa. Depois almoçamos no próprio local. A comida também é maravilhosa e ainda com direito a sobremesa. À noite, o pessoal do hostel fez um churrasco. Ficamos conversando, jogando sinuca e nos deliciando com a carne maravilhosa da região.

5º dia – Bonito

Para o terceiro dia de aventura, fomos ao Rio dos peixes, por indicação do pessoal que estava hospedado no hostel. É uma fazenda particular de seu Moacir, que nos recebe de braços abertos e ainda serve um almoço maravilhoso, após uma caminhada pelas trilhas que nos levam aos rios de água limpa e cheia de peixes, onde tomamos banho e pulamos em um poço. O almoço é um caso à parte, inclusive lá tem um redário para tirarmos uma sonequinha depois de tanto comer. Após o cochilo, há uma tirolesa para quem quiser cair na água novamente. Depois o seu Moacir, como ele mesmo diz conhece melhor os animais que os homens, chama um grupo de macacos nativos para comer bananas em nossas mãos, porém nem todos os humanos são educados e ficam em silencio, espantando assim o bando. Depois o carismático Moacir vai alimentar as araras que já estão acostumadas a aparecer na fazenda para comer. O passeio dura o dia inteiro. Entre caminhadas e mergulho nos rios. À noite, fomos ao centro de Bonito comer uns aperitivos no Taboa Bar com o pessoal que conhecemos no hostel. Acreditamos que essa seja a melhor maneira de conhecer as pessoas e tornar a viagem inesquecível.

6º dia – Bonito

Não podíamos deixar de visitar um dos pontos turísticos mais conhecidos de Bonito, a Gruta do Lago Azul. Acordamos cedo para que pudéssemos ver os raios de sol na água o que dá a cor azul. É impressionante ver o que a natureza nos proporciona. A gruta é exuberante. Para não perdermos viagem, também visitamos outra gruta, a de São Miguel, que fica próxima. Não é tão bonito quanto a do Lago Azul, mas vale a visita para a contemplação das estalactites, estalagmites e da fauna e flora que cercam a gruta. À tarde decidimos fazer mais uma flutuação, agora no Aquário Natural. Em particular, foi o lugar que mais gostamos em Bonito. Você se sente como os peixinhos do aquário, rodeado de pequenos peixes e plantas de diversas espécies. Demos sorte que só estávamos nós e o guia. Pudemos contemplar aquela exuberância sozinhos e com calma. Para não perdermos o costume, à noite fomos ao centro de Bonito e dessa vez nos arriscamos a comer carne de jacaré, um dos pratos exóticos que existem na região. Posso dizer: jacaré tem gosto de peixe e textura de frango. Não é um dos piores pratos que já comemos não.

7º dia – Bonito

Neste dia fomos à outra Fazenda, a Mimosa. Chegamos para o almoço que também é uma delícia, como todas as comidas de lá. Tinha um lago na cede com jacarés, onde tivemos o nosso primeiro contato com esses bichos. Na companhia do guia fomos com um grupo andar pela imensa fazenda. Muitas trilhas sobre as plataformas de madeira, sempre seguindo o rio, apreciamos as cachoeiras, entre um mergulho e outro andávamos bastante nas trilhas com subidas e descidas. Fim do dia, estávamos exaustos.

8º dia – Bonito

Último dia em Bonito. Depois das aventuras, resolvemos relaxar na praia da Figueira, que na verdade é um enorme lago que eles chamam de praia. Lá, além de descansar ainda pudemos ficar nos quiosques, hora na beira do lago, hora dentro do lago rodeado de peixes, pular numa enorme cama elástica ou descer de tirolesa. O melhor dia para ir à praia realmente é o último quando já curtimos as melhores atrações e podemos fechar com chave de ouro e recarregar as energias para mais aventuras no Pantanal.

9º dia – Pantanal

Tínhamos combinado com o pessoal da pousada Santa Clara de nos buscar no Buraco das piranhas, que fica na entrada da Estrada Parque, para isso tínhamos que sair cedo e nos deslocarmos até lá. Mas com o fuso horário 1 hora a menos, fizemos uma baita confusão, nos arrumamos tarde e eu, Fernanda, entrei em parafusos, comecei a me desesperar. Antes de partimos, ainda fomos à oficina, pois o carro estava fazendo um barulho. Para nossa sorte era só o protetor do carter que tinha afrouxado nas estradas de terra. Nisso o rapaz do hostel nos encontrou na oficina e disse que a Estrada Parque estava boa e dava para irmos de carro. Alvaro, que adora uma aventura não pensou duas vezes e me convenceu a encarar a estrada de terra e assim fomos de carro até a cede da pousada. Valeu a pena, andar no meio do Pantanal e passar pelas inúmeras pontes de madeira. Chegamos para o almoço e a tarde fomos andar a cavalo pelos arredores da fazenda, onde já pudemos ver alguns animais silvestres.

10º dia – Pantanal

Segundo dia no Pantanal prometia muitas aventuras. Depois do café da manhã fomos pescar piranha no rio Abobral, que fica nos fundos da fazenda. Foi muito fácil e divertido pescar, com o nível do rio baixo e as piranhas com fome, usamos como isca um pedaço de carne, era só movimentar o anzol que elas mordiam. O problema era tirar os peixes do anzol, deixamos essa tarefa para o Johnny, nosso guia e índio local que falava até inglês. Por falar nisso, só tínhamos nós de brasileiros, uma pena. Durante a pescaria, vimos muitos jacarés no rio. Comemos os peixes no almoço, depois descansamos e esperamos o sol dar uma trégua para caminharmos pelo Pantanal. Para se ter uma ideia, a caminhada durou 3 horas. Logo no começo atravessamos um pântano que nos cobria até os joelhos, e o Johnny falou para termos cuidado que podia encontrar cobras. Andávamos por terras que pareciam inexploradas, sem trilhas e em busca de apreciar a natureza com seus animais selvagens. Vimos tuiuiú, quatis, tatus, capivara, uma família de porco do mato e bugio (macaco), este último, o guia sabia imitar o uivo do macaco e ficaram os dois competindo, até que o macaco cansou. Chegamos ao local combinado para pegarmos a caminhonete e voltarmos à pousada já escurecendo. Durante o retorno, fizemos uma focagem noturna, no breu total fotografamos os lagos usando o flash da máquina e o resultado são os inúmeros olhos de jacarés. Inesquecível.

11º dia – Pantanal

No terceiro e último dia no Pantanal fomos andar de barco pelo rio Abobral. Como o rio estava com o nível baixo e o barco encalhava, diversas vezes tivemos que descer e andar pelo rio com medo de alguma raia. Em uma das paradas, nosso guia pescou uma piranha com o anzol, sem isca, e com esse peixe pescou outro e deu para o jacaré. Ficamos com medo, mas conseguimos tirar uma foto bem pertinho do nosso “amigo” jacaré. Foi muita adrenalina ficar tão perto de um bicho desses. Já na fazenda almoçamos e nos despedimos do Pantanal rumo a Corumbá fazer umas comprinhas na Bolívia. No caminho tivemos um pneu furado e acabamos perdendo um tempinho. Mais uma vez, com o auxílio do Guia 4 Rodas encontramos um hotel. Deixamos o carro lá e seguimos de táxi para a fronteira. Os táxis não utilizam taxímetro, eles combinam um preço fechado pela corrida. O mais curioso foi que eu, Fernanda, esqueci o documento de identidade no hotel e passei sem problemas pela divisa, sem se quer ser parada, tanto na ida quanto na volta. O melhor de se comprar lá é artesanato boliviano, tudo lindo e com preço baixo.

12º dia – Corumbá

Partimos cedo de Corumbá já voltando para o Rio de Janeiro. Um fato curioso é que na estrada, BR262, vimos jacaré, aranhas e outros bichos andando por lá sem a menor cerimônia. Alvaro sozinho dirigiu até Lins, em São Paulo, mais de 1000 km, para que pudéssemos dormir e seguir viagem no dia seguinte.

13º dia

Saímos de Lins e chegamos ao nosso destino final: nosso lar. Acho que o pior de viajar de carro é à volta porque já passeamos e fizemos tudo e agora só queremos voltar para casa.

NÚMEROS DA VIAGEM:

 Dias de Viagem 13
 Distância Percorrida 4.483 km

MAPA:

Bonito e Pantanal MS – 13 dias Viaje de Carro
A – Rio de Janeiro, B – Osasco, C – Botucatu, D – Campo Grande, E – Bonito, F – Pantanal MS, G – Corumbá,

DICAS:

Todos os passeios em Bonito são obrigatoriamente guiados e pagos por meio de uma agência. Isso faz da cidade um exemplo de ecoturismo, infraestrutura, visitação e preservação.

Evite as altas temporadas, quando todos os passeios tem que ser reservados com antecedência e há um número limitado de visitantes/dia.

A melhor roupa para levar tanto para Bonito quanto para o Pantanal são roupas leves: bermudas, shorts, camisetas, tênis, sandálias do tipo papete, com solado de borracha, e roupas de banho.

Não lembramos mais o motivo, mas os sabonetes comuns não fazem espuma em Bonito, então recomendamos levar sabonete líquido para o banho porque ajuda a se ensaboar.

Não esqueça também do protetor solar, repelente e óculos escuros.

Para quem é sócio Hi hostel a agência dá desconto nos passeios.

Praia da Figueira

http://www.praiadafigueira.com.br/index2.html

– Gruta São Miguel

http://www.grutasdesaomiguel.com.br

– Estância Mimosa

http://estanciamimosa.com.br/bonito/

Gruta do Lago Azul

http://www.portalbonito.com.br/guia-passeio/ecoturismo-em-bonito/gruta-do-lago-azul

– Projeto Jiboia

http://www.projetojiboia.com.br/

– Buraco das Araras

http://www.buracodasararas.com.br/

– Aquário Natural

http://www.aquarionatural.com.br/

– Taboa Bar

http://www.taboa.com.br/default.php

HOSPEDAGENS:

Botucatu

– Excellence Plaza Hotel, Av. Dom Lúcio 1036, Centro, Tel.: (14)3112-0900

Campo Grande

– Buriti Suite, Rua Antôno Maria Coelho 2301, Centro, Tel.: (67)3026-2211

Bonito

– Bonito Hi Hostel, Rua Lúcio Borralho 716, Formoso, Tel.: (67)3255-1022 / 1462

Pantanal MS

– Fazenda Santa Clara, http://www.pantanalsantaclara.com.br/site/index2.php

Corumbá

– Hotel Eldorado, Rua Porto Carreiro, 554 Centro, Tel.: (67)3231-6677

Lins

– Hotel Riviera, Rua São Vito 55, Labate Tel.: (14)3522-5766

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