Goiás e Tocantins – 21 dias

Nas férias de 2010 escolhemos algo mais radical: explorar o centro-norte do país. Tínhamos lido na revista Viaje Mais sobre o Parque Estadual de Terra Ronca, uma região repleta de cavernas, um lugar muito bonito, porém pouco conhecido e explorado. Nesta mesma revista sempre tem anúncio de agência de viagem com pacotes para o Jalapão. Quando vimos as fotos, não resistimos e o Jalapão também entrou em nosso roteiro. Ainda incluímos alguns dias na chapada dos Veadeiros e para fechar o Parque de Inhotim, em Brumadinho. Então decidimos os nossos destinos.

Fizemos o nosso já tradicional planejamento, 4 dias em Terra Ronca, mais 3 dias no Jalapão, 6 dias na chapada e mais um em Brumadinho, mas não foi bem assim que tudo aconteceu…

1º dia

Sexta-feira, 10 de setembro, saímos do Rio de Janeiro e seguimos pela BR-040 com destino a Paracatu, última cidade no estado de Minas antes de Goiás. Chegando a cidade fomos direto para a pousada, Pousada da Vila, já tínhamos feito à reserva. Lá é servido um chá da tarde excelente, melhor ainda pra quem está cansado de um dia inteiro na estrada e não quer nem sair pra comer. Foi uma pena termos chegado cansado, pois Paracatu é uma cidade histórica, bem charmosa e queríamos dar uma volta pra conhecer melhor.

2º dia

Deixamos Paracatu e logo entramos em Goiás, chegando perto de Brasília a BR-040 muda para BR-050. Passamos por fora de Brasília, não entramos para ver os símbolos do poder, estávamos ansiosos para chegar ao povoado São João, mas ainda faltava muito chão. Ao sairmos do Distrito Federal entramos na BR-020, e já percebemos uma grande diferença não só na paisagem, mas também no fluxo de veículos na estrada e de civilização. Até Posse, cidade onde saímos desta BR, não vimos uma cidade, apenas algumas poucas casas e povoados. Queríamos almoçar, estávamos com fome, não encontramos nada. Paramos em uma “padaria” que não servia um misto-quente sequer.

De Posse, seguimos para Guarani de Goiás, onde abastecemos o carro e telefonamos para a família avisando que estávamos bem. Mal sabíamos o que nos esperava; ficaríamos incomunicáveis, sem telefone e internet. Chegamos a Guarani às 15h, estávamos a 41 km da pousada São Mateus que fica dentro do parque. Nunca demoramos tanto para andar essa distância, foram 2hs de estrada de terra com areia, o carro querendo atolar a todo instante, uma buraqueira. Olhávamos de um lado ao outro e não avistávamos ninguém, nem uma casa, nada, se precisássemos de alguma ajuda, era melhor nem pensar nisso, porém, inevitável com o carro querendo atolar. Mas o celta é guerreiro e não nos decepcionou. Chegamos cansados e fomos muito bem recebidos pela Graciete e pelo Beto, que por sinal são muito legais.

3º dia – Terra Ronca

Neste dia tínhamos agendado com o guia Ramiro, um dos precursores de lá, para que ele nos guiasse. Mas como ele estava viajando e só voltaria de manhã, não sabíamos se ele conseguiria chegar a tempo. O único meio de transporte do povoado é o ônibus que passa no parque 2 vezes ao dia, porém com a precariedade da estrada, o ônibus tinha atolado e não passava havia uma semana, então acabamos não sendo guiados pelo Ramiro neste dia. O Beto, da pousada nos apresentou outro guia, novato e morador do povoado de São João. Ele nos levou para conhecer as cavernas Angélica e Terra Ronca I. A Angélica impressiona pelo salão espelho d’água, pelos “caminhos” que supostamente foram formados pela correnteza de um rio e pelos imensos estalaquitites em forma de cortina que os nativos deram o nome de “asas dos anjos”.  A Terra Ronca I deixa qualquer um de boca aberta. Localizada a beira da estrada que corta o parque com o mesmo nome, ela chama a atenção pela boca de quase 100m, e a grandiosidade não para ali.  Uma pena, que eu, Alvaro, tinha esquecido a lanterna no carro, e só tínhamos a carboreteira do guia, ou seja, pouca luz. Atravessamos a caverna sem enxergar muita coisa, ao sair o guia entendeu que iriamos pra outra caverna, a Ronca II e nós achávamos que era o caminho de volta, já estávamos cansados quando nos entendemos, ainda tínhamos um longo caminho de volta e uma subida bem íngreme.  Durante o retorno, já na estrada próximo a Terra Ronca I encontramos o Ramiro, ele mora ali perto das cavernas. Ficamos ali conversando com ele um tempo sobre o nosso desencontro. Ramiro é um homem que te transmite uma paz, e que nos faz parar pra pensar que a vida poderia ser diferente. Nos despedimos e combinamos então com ele para nos guiar no dia seguinte.

Como última aventura do dia, resolvemos ir até uma cachoeira, mas desistimos quando estávamos bem próximos devido as péssimas condições da estrada. Fomos levar o guia em casa e voltar à pousada. No caminho de volta fomos unanimes em nossa opinião, ficaríamos apenas mais um dia, pois esse vai e vem naquela péssima estrada havia nos desanimado e sempre ficávamos com medo do carro atolar ou até mesmo quebrar.

4º dia – Terra Ronca

Chegamos um pouco tarde à casa do Ramiro, comunicamos que infelizmente só ficaríamos mais este dia e que queríamos ir a uma caverna em especifico, ele foi contra e falou: “a partir de agora vocês estão comigo, em minhas mãos”. E nos levou para conhecer a caverna São Bernardo, no caminho ele explicou que a caverna que queríamos conhecer estava com a estrada ainda pior. Para entrar na são Bernardo tem que enfrentar uma descida bem íngreme e, ao descermos já nos deparamos com a imensa caverna. Para este dia, o Ramiro me deixou com uma carboreteira, ele com outra e a Fernanda com uma luz de LED no capacete. Esta foi para nós a mais especial, seguimos o curso de um rio que por hora atravessávamos com a água acima dos joelhos. Num determinado momento, o Ramiro nos pediu que ficássemos parados e apagasse as luzes. Eu, Alvaro, achei que ele fosse fazer uma brincadeira de mal gosto, nos dar algum susto, a Fernanda resolveu ficar de olhos fechados, não sei pra que, já que não se conseguia enxergar um palmo a frente dos olhos. Quando vimos ele estava fazendo uns efeitos com a luz dele muito legal, fiquei sem saber como ele havia andado uns 50m no breu absoluto e sem fazer um barulho sequer. Depois ele apagou a luz novamente e contemplamos ali um momento de paz e silêncio até ele acender novamente a carboreteira, já perto da gente. Mais a frente, paramos para “almoçar”, comemos uns biscoitos e barras de cereal. Depois começamos o caminho de volta, pois esta caverna só tem uma “porta”. Durante a subida da boca da caverna, um grupo de macacos estava acima do penhasco jogando pedras na gente, tivemos que subir correndo para não sermos atingidos. Já a salvos percebemos que ficamos 5 horas apreciando as belezas da caverna. Na volta, o Ramiro nos levou a boca da Terra Ronca I, novamente ali para fotografar, ah isso ele gosta, é apaixonado por fotografia, adora ficar com uma máquina pra clicar. Já na casa dele ficamos um tempo conversando, vendo umas fotos, não tínhamos vontade de ir embora. Vale a pena conhecer todas as cavernas.

5º dia – Terra Ronca

Saímos no sentido São Domingos. Percorremos 48 km, em 2 horas, para continuar nossa viagem… No parque a estrada de terra é péssima, mas a paisagem é linda, do lado esquerdo para onde quer que olhe lá está a serra geral de Goiás. Depois de São domingos, atravessamos a serra e chegamos na BR-020 na Bahia, seguimos até Luís Eduardo Magalhães, onde entramos na TO-040. As estradas são boas com relação ao asfalto, porém sem nenhuma placa de sinalização, e com pouco movimento e paisagens repetitivas, chega a dar sono.  No fim da tarde, chegamos a Palmas, uma cidade planejada, não foi difícil achar o hotel que havíamos reservado, o único problema é que antecipamos um dia a nossa chegada e não sabíamos se haveria vaga. O hotel estava cheio, porém conseguimos nos hospedar.

6º dia – Palmas

Como não havíamos planejado passar alguns dias em Palmas, tivemos que improvisar e descobrir o que a cidade tinha a nos oferecer. Primeiro, fomos a sede da Norte Tur acertar a nossa ida ao Jalapão, e perguntamos sobre o turismo na região. Havia perto dali uma cidade chamada Taquaruçu que tem algumas cachoeiras para conhecer. Resolvemos então nos aventurar, porém sem saber direito onde ficava, sem guia e um lugar onde não existem placas. Passamos por uma cachoeira a beira da estrada, desistimos de outra e depois de muito andar em estrada de terra, conseguimos ir a uma. Há uma parada a beira da estrada onde se paga uma pequena quantia para descer a trilha até as cachoeiras, não tenho certeza dos nomes, mas acho que eram da Roncadeira e Vai-quem-quer. Não tomamos banho, fomos rápido ali contemplar a natureza, porém ainda havia indícios de incêndio na mata por causa do clima seco e sem chuva. Em uma delas ainda havia uma pequena cobra “curtindo” a cachoeira, mais prudente não incomodar. Ao retornar para onde deixamos o carro, compramos uma água e ficamos um tempo conversando com o rapaz que fica ali cobrando a ida às cachoeiras.

Já em Palmas fomos ao recém – inaugurado shopping Capim dourado. Ao almoçar, descobrimos que os Palmenses gostam da comida servida fria, deve se por causa do clima quente. Atravessamos a ponte FHC, que não deixa de ser um cartão postal e fomos à praia da Graciosa.

7º dia – Palmas

Palmas é uma cidade bem nova, tem aproximadamente 20 anos, não há muito o que fazer por lá. Neste dia resolvemos ir ao mercado para abastecer o nosso estoque de biscoitos e bebidas que levamos no carro e também aproveitamos para trocar o óleo do motor, onde descobrimos uma mangueira de ar rasgada. Aproveitamos o tempo para consertar. Havíamos visto na tv do hotel um comercial de outro shopping, resolvemos almoçar por lá, o problema foi encontrar, ninguém na rua sabia nos informar onde ficava. Só uma pessoa soube nos informar e ao chegar percebemos que o shopping é na verdade uma galeria. É impossível andar em Palmas de carro sem ar condicionado, e mesmo assim é só pra aliviar o calor, a cidade é muito quente. Fomos a uma praça fotografar um monumento de guerra, quase nem conseguimos, o sol estava muito forte.

Ficamos 2 dias em Palmas, lamentando um pouco não ter aproveitado tudo o que esperávamos de Terra Ronca e ao mesmo tempo ansiosos para ir ao Jalapão.

8º dia – Jalapão

O nosso guia Fernando da Norte Tur nos buscou no Hotel bem cedo, fomos em uma Bandeirantes toda reformada. De lá buscamos em outros hotéis um casal do Recife e também uma carioca. Saímos de Palmas até a Praia do Borges, em Novo Acordo, considerada a porta de entrada para o Jalapão. Andamos de tirolesa, depois de mais um percurso em estrada de terra chegamos ao morro vermelho e almoçamos ali no meio do nada, na “parada” do seu Camilo. Para quem não está acostumado a comer em lugares simples, vai estranhar um pouco, mas quando sentamos numa mesa ao ar livre embaixo de uma árvore para saborear o peixe com batatas, acaba esse estranhamento e você começa a curtir toda essa aventura que está apenas no início. Depois do almoço tomamos banho no rio do sono, voltamos para a estrada até o fervedouro do alecrim. Maravilhoso e uma sensação incrível que só quem foi sabe o que é ficar naquelas águas que não afundam não se consegue sentir a firmeza do fundo e nem mergulhar, que a água te “empurra” para cima. Para fechar a noite, jantamos no camping do seu Vicente, um mineiro muito simpático e um contador de causos. Uma figuraça!! Dormimos na pousada dos Buritis, na cidade de Mateiros. Uma pousada simples, mas muito bem estruturada.

9º dia – Jalapão

No segundo dia no Jalapão, fomos às compras de artesanato feito de capim dourado. Vimos o artesanato em Mateiros e no povoado quilombola da Mumbuca. Cada objeto maravilhoso, um trabalho incrível. Vale a pena comprar não só pelas maravilhas que encontramos lá, mas também ajudar esse povo. Depois fomos a outro fervedouro, o de mateiros. Almoçamos no camping do seu Vicente e para relaxar, tomamos um banho na cachoeira do formiga. Água cristalina, com mais de 90% de pureza. Vale a pena tomar um banho. Saímos de lá para ir a um dos pontos mais conhecidos do Jalapão: as dunas. O pôr do sol é maravilhoso! O que é aquela cor das areias! Vermelha! Terminamos a noite jantando em Mateiros, na casa de Dona Rosa.

10º dia – Jalapão

O terceiro dia começou cedo. Acordamos às 4 horas da manhã, encaramos a estrada até o início da trilha, um pequeno trecho plano de caminhada e depois uma subida. Tem que ter preparo físico para subir, ainda mais às 5h da manhã. Mas o esforço é recompensado, é uma paisagem linda do nascer do sol no mirante. Depois caminhamos 2 km no topo do morro até o outro mirante que tem vista para as dunas, o visual também encanta, foi maravilhoso. O domingo era para ser o último, mas depois dessa caminhada, retornando para a pousada o nosso carro, um Bandeirantes, quebrou e ficamos “ilhados” em Mateiros, mas com toda a assistência da Norte Tur. À noite, na pousada, fizemos um rodízio de pizza com o outro casal que estava no comando do guia Flávio. Foi uma noite muito legal para conhecermos outras pessoas. Por falar em Flávio, peça para ele contar uma história de vida sobre seu passado.

11º dia – Jalapão

Na segunda, saímos de Mateiros em outro carro da Companhia e no caminho de volta à Palmas, porém ainda no PEJ (Parque Estadual do Jalapão) fomos conhecer a prainha, uma praia de água doce, a Cachoeira da Velha que lembra muito Foz do Iguaçu e o Cânion Sussuapara. Lugares lindos que valem uma visita. A tarde chegamos a Palmas.
A Norte Tur foi maravilhosa em todos os sentidos. O Fernando nosso guia foi ótimo. Quando menos esperávamos o Fernando vinha com um lanchinho pra gente, frutas e sanduiche. Sempre tínhamos água disponível, imprescindível, pois a infraestrutura é escassa e os atrativos distantes uns dos outros. O Fernando é bem divertido e sempre tinha uma história para contar. Norte Tur recomendadíssima!

12º dia

Este dia nos deslocamos até Alto Paraíso de Goiás, a 670 km de Palmas, a principal cidade para visitar: Chapada dos Veadeiros. O trajeto é tranquilo, até demais, as estradas possuem pouco fluxo de veículos e muita vegetação ao redor. Saímos de Palmas pela TO-050 – Rod. Coluna Prestes, em Campos Belos – GO entramos na GO-118 até o destino. Durante o percurso teve um imprevisto, havia na estrada uma obra inacabada de recapeamento sem sinalização e operários, mas que deixaram todo o óleo de fixação do pinche espalhado, eu sem saber direito o que era passei com o carro, e aquela mistura de óleo com pinche e poeira grudou no carro todo. Ao chegar na cidade, a primeira providência foi comprar querosene e levar o carro a um lava jato. Depois fomos para a pousada Alfa & Ômega.

13º dia – Chapada dos Veadeiros

De manhã, o guia Rivelino já estava nos esperando na pousada. Uma dica é pedir que o pessoal da pousada reserve um guia no período da sua estadia. A primeira parada foi à cachoeira Santa Bárbara que fica em Cavalcante uma cidade próxima, porém a emoção já começou no trajeto, atravessar uns córregos que cruzam a estrada de terra com o Celta foi bastante interessante. A cachoeira de água cristalina mais parece um paraíso, um espetáculo. Depois fomos à cachoeira da capivara, esta de cor escura, por causa da profundidade do poço e as pedras ao seu redor dão a água uma coloração negra, sem que possamos enxergar debaixo d’água. Mas nem por isso deixa de ser bela. O visual que temos para a chapada também é lindo. Na estrada voltando para Alto Paraíso de Goiás presenciamos um belo pôr do sol vermelho. A cidade é bem pequena e estávamos hospedados a 2 quadras da rua principal. A noite comemos uma pizza, de sobremesa um sorvete caseiro na sorveteria Mel e Cia, com sabores típicos da região.

14º dia – Chapada dos Veadeiros

Combinamos com o nosso guia de buscá-lo em sua casa após o café da manhã. Entramos na GO-239, no início um asfalto excelente que dura poucos km, logo a estrada vira uma mistura de terra com areia. Esta estrada é a única que leva ao Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (PNCV) principal atração da chapada e que não pudemos visitar. Muitos atrativos ficaram fechados por causa dos incêndios que estavam ocorrendo nesta época do ano. Mas antes que o incêndio o atingisse fomos ao atrativo mais peculiar e único: o Vale da Lua, umas formações rochosas ainda sem explicação para o seu surgimento que lembra a superfície lunar, daí o nome. Há especulações que são lavas vulcânicas, esculpido pelas águas dos rios, mas isso é como tudo naquela região cheia de misticismo, cristais e energia. No final da caminhada pelo vale da lua chegamos a um pequeno lago formado pela água que corre entre as pedras, não podíamos deixar de tomar um banho bem gelado. Ao contrário desta água, a do Éden são águas termais que brotam do chão, formando piscinas naturais e quentes, também são muito boas pra curtir e relaxar. Já era de tarde quando fomos até o povoado de São Jorge almoçar em um restaurante com comida a quilo. Aproveitamos para ir à sede do parque e nos informar se havia alguma previsão para reabertura, sem sucesso. Antes do pôr do sol ainda fomos conhecer as Almécegas I e II, uma rápida apreciação da queda d’água da Almécegas I e mais uma caminhada até a Almécegas II para um mergulho. De volta a Alto Paraíso jantamos pastéis e sorvete.

15º dia – Chapada dos Veadeiros

E lá fomos nós com o guia para mais um dia de aventura. Dessa vez passamos o dia inteiro na Cachoeira dos Couros, descemos o rio por uma trilha a sua margem até chegarmos a uma grande piscina natural com umas quedas que impressionam pela beleza da natureza. Tem um ponto da cachoeira que nadamos até um penhasco que o Rivelino nos fez ficar bem na beirada para fazer uma foto, deu um medo só. Ele falou que sempre faz essa foto com os turistas. Na volta não retornamos pela trilha, aumentamos a adrenalina escalando as quedas d’água pelas pedras das cachoeiras. Esse dia foi bem cansativo, já estávamos a dias “testando” o nosso condicionamento físico. A noite já na cidade fomos jantar no Massas da Mamma, cozinha italiana com massa caseira.

16º dia – Chapada dos Veadeiros

Ainda tínhamos 2 dias pra curtir Alto Paraíso, porém esse era o último com o guia Rivelino. Estávamos há vários dias seguidos cheios de aventura, nosso cansaço era visível. Fomos até os Macaquinhos, descemos a margem do rio com um sol muito forte, eram poucos os pontos de sombra, a Fernanda não estava aguentando, pedindo a todo instante para pararmos e ao mesmo tempo seguirmos, teimosa como só ela. Até que chegamos num ponto de sombra a beira de um lago formado pelo rio, a deixamos ali e fui eu, Alvaro e o Rivelino seguindo a trilha. Corremos até o encontro de 2 rios, pois não queríamos deixá-la sozinha por muito tempo.  Ao chegar não sei se contemplava as 2 quedas (uma de cada rio) se juntando em um único ou caía no chão de cansaço, fiz algumas fotos e logo retornamos. Agora pior, subir correndo. Isso me desgastou ainda mais. Passamos o restante do dia descansando nas sombras, tirando uns cochilos e caindo na água pra nos refrescar do calor. Retornamos para a sede bem devagar. Para fechar o dia com chave de ouro, almoçamos em um dos lugares mais espetaculares de lá, o Racho do Waldomiro, um senhor muito simpático que se senta a mesa pra contar uns causos sobre aparições de ET, morro da baleia, entre outros. Ele próprio quem prepara a Matula, prato típico servido no rancho, também conhecido como feijoada do serrado, a Matula leva feijão branco, farinha de mandioca, carne de sol, linguiça, carne de lata e de panela, tudo servido em uma folha de bananeira.

17º dia – Chapada dos Veadeiros

Havíamos pensado em curtir alguma atração que não necessitava de guia ou de muito esforço, mas preferimos não fazer mais nada. Tiramos o dia para relaxar. Na pousada, eles oferecem uma massagem e eu, Fernanda, agendei uma para tirar todo o cansaço dos dias anteriores. Foi muito bom ter esse momento meu de relaxamento. Almoçamos na Oca Lila, um restaurante de comida vegetariana muito boa. Mesmo para quem não curte muito esse clima natureba, vale a pena provar. À noite fomos ao Jambalaya, mais um lugar alternativo, entre muitos naquela cidade cercada de misticismo. Este é uma mistura de bar e pub que servem uns sanduiches deliciosos.

18º dia – Chapada dos Veadeiros

Antes de irmos embora, eu, Fernanda, resolvi fazer uma aula de yoga oferecida pela pousada. Fazia tempo que não experimentava o prazer da yoga e a importância da respiração. Saímos da Chapada dos Veadeiros para Paracatu – MG distante 450 km. Ficamos na mesma pousada da ida, a Pousada da Vila. Como chegamos cedo, pudemos andar pela cidade e conhecer um pouco da história desse lugar que tem tanto para nos contar. Descobrimos uma loja de artesanato com cada objeto lindo e muito barato. Fizemos a festa!

19º dia

Caímos na estrada após o café da manhã com destino a Belo Horizonte, queríamos conhecer o aquário que fica no zoo. Percorremos 500 km até BH, almoçamos e fomos ver o aquário. Depois nos deslocamos para Brumadinho, cidade próxima, uns 50 km. Nos hospedamos na Pousada Dona Carmita, uma das únicas opções daquela região que é deficiente em hospedagem.

20º dia – Inhotim

Esperamos a abertura do parque e quando abriu começamos a andar por aquela imensidão. Além das obras espalhadas por todo o espaço, o Inhotim ainda conta com um belo jardim botânico. Uma dica é chegar cedo porque há diversas obras espalhadas pelo enorme parque. Saímos quase na hora do seu fechamento, mas também conseguimos ver todas as exposições que ali estavam.

As obras estão expostas tanto em galpões quanto nos jardins e há monitores que explicam um pouco de cada uma.

Foi um passeio diferente do que tínhamos feito nos dias anteriores, mas com certeza é uma forma de entrarmos em contato com a arte através das exposições.

21º dia

Retornamos para casa pela BR-040 percorrendo 440 km. Saudades das aventuras que fizemos nestas férias.

Gostamos de conhecer a região central do país, a mudança do visual, do planalto, andar na estrada muitas vezes sozinho na estrada.

MAPA:

Goiás e Tocantins – 21 dias Viaje de Carro
A – Rio de Janeiro, B – Paracatu, C – Terra Ronca, D – Palmas, E – Alto Paraíso de Goias, F – Inhotim

DICAS:

Terra Ronca – Como na estrada do parque não tem absolutamente nada, leve lanche para os passeios e muita água. Abasteça o carro antes de entrar no parque, porque lá não há posto de gasolina. Vá com muita disposição porque as cavernas ainda são pouco exploradas e não há infraestrutura para o turismo, isso é ótimo.
Vale a pena ficar na pousada São Mateus, que é bem estruturada para o local. Eles oferecem café da manhã e mais uma refeição por dia. Ela é bem localizada, está no meio do parque. Melhor do que ficar nas cidades extremas e perder tempo andando na péssima estrada de terra.
O guia Ramiro é realmente incrível. Além de conhecer muito bem as cavernas, sabe lidar com os turistas. É uma ótima pessoa. Recomendo!

Apesar de todas as dificuldades de acesso e estrutura o lugar é lindo e vale à pena a visita.

– Jalapão

http://jalapao.to.gov.br/

– Norte Tur

http://www.nortetur.com.br/

Tel.: (63) 3215-4957 / 8406-7438

End.: Quadra 212 norte Al.05 lote 34 – QI 06 Plano Diretor Norte Palmas

– Chapada dos Veadeiros

http://www.chapadadosveadeiros.com/

– Rancho do Waldomiro

à beira da estrada para São Jorge, 19Km

– Oca Lila

Av. João Bernardes Rabelo, 449

– Massas Mamma

  1. São José do Operário, 305

– Jambalaya

Av. Ari Valadão, 360

– Mel e Cia

Av.ari Valadão, 787

– Inhotim

http://www.inhotim.org.br/

HOSPEDAGENS:

Paracatu

– Pousada da Vila

http://www.pousadadavila.com.br/

Tel.: (38) 3671-6200

End.: Rua do Ávila, 131 centro – Paracatu

Terra Ronca

– Pousada são Mateus

http://www.pousadasaomateus.tur.br/index.htm

Tel.: (62) 3439-6058 / 9636-3902

End.: Rodovia GO-108 km 41 – São Domingos

Palmas

– Hotel Araguaia

http://hotelaraguaiapalmas.com.br/

Tel.: (63) 3225-5060

End.: 104 Norte, Avenida LO – 04, nº 58 – Palmas

Alto Paraiso de Goiás

– Pousada alfa & Omega

http://pousadaalfaeomega.site.com.br/

Tel.: (62) 3446-1225 / 3446-1935

End.: Rua Joaquim de Almeida, 15 centro – Alto Paraíso de Goiás

Brumadinho

– Pousada dona Carmita

www.pousadadonacarmita.com.br

Tel.: (31) 3571-3862

End.: Rodovia MG-040 km 49, 1508 – Brumadinho

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